明日を目指して

Apesar das minhas fragilidades, avanço.”- Lya Luft

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

~ se foi

"a princípio eram apenas algumas pequenas conversas vazias que logo se tornaram conversas com conteúdo e sentimento. aquele sentimento do talvez. do eterno talvez que se instala sempre nos meus-quase-relacionamentos. logo veio o encontro, entre alguns cafés, liberdade na hora do almoço e o sorvete favorito na paulista com aquele fim de tarde da paulicéia ainda ensolarada. vieram todas as queridas mensagens diárias com telefonemas noturnos desejam sempre aquele boa noite saudoso com esperança de algo para futuro, porém sempre com minha eterna dúvida do talvez, do "será?". vieram, então, aqueles dias que estarão sempre guardados com carinho e saudosa lembrança. dias que iluminaram a escuridão do dia 8 de junho, dias que trouxeram o calor que entrou em combate com o frio diário da paulicéia. dias que compartilhamos intimidade profunda. dia que tirei o será de mim e acreditei em algo. dia que brotou um sentimento intensificado. mas que logo se foi. logo se foi tudo. tudo se foi. tudo aquilo que eu julgava ser a solução se tornou a dúvida. se tornou angustia, se tornou insegurança. até chegar no ponto da partida. no ponto que achei que deveria deixar esse sentimento ir embora. ficar apenas, apenas, a lembrança boa e o desejo de que ele possa, algum dia, se soltar de todas as dúvidas e inseguranças que o impedem de ser mais e mais feliz. desta forma deixei ele ir. e se foi. e agradeço por ter ido."

marquinos bueno.
contos. 
ao som de: Landon Pigg- the way it ends. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

~ o resto você já tem

"O relógio dizia que eram algumas horas da noite. Depois de algumas caipirinhas e pequenos beijos, refleti: eu continuo confuso com tudo. paro e penso e reflito e tenho vontade de gritar e chorar e sair correndo. às vezes penso que foi tudo em vão e que não deveria ter arriscado tanto.
Ele para, analisa meu olhar perdido em alguma direção das paredes brancas do meu apartamento, dá um suave sorriso e passa, então, a acariciar meus cabelos levemente. E eu continuo o discurso: claro, tive mais coisas boas do que ruins. ruins foram algumas deprês aqui e ali, alguns fantasmas que apareceram, a dor de estar longe dos amigos que amo tanto e que são tão essenciais. as coisas boas foram bem maiores. mas, sabe quando você sente que falta?será que realmente falta?(pausa para um bom gole da caipirinha)ah...não falta...falta?!
Ele continua com aquele suave sorriso, acariciando meus cabelos e diz: você sempre tem todas as respostas. você sente falta dos amigos, do trabalho, do salário, de tudo. mas, em algum momento você decidiu que aquilo era pequeno demais e que no fundo você queria algo grande, grande assim como você. grande não só no tamanho corporal, mas você já parou e pensou no tamanho do seu coração?você é tão bom, por mais que tenha a aparência mais arrogante e séria e respondona, você é tão bom. o importante é você resgatar lá no fundo o principal objetivo que fez você mudar que fez com que você quisesse ser grande como você é. ai você vai entender que o que falta é esse objetivo. o resto você já tem. 
Ele parou, sorriu bem largo e abaixou-se um pouco e tocou meus lábios. Suavemente. Sem pressa.
Senti uma pequena vontade de chorar, não aquele choro alto e cheio de dor, mas sabe aquele choro pequeno, de pequena felicidade?Quis que aquele momento parasse eternamente ali, como num filme. ''o resto você já tem" e o beijo suave. E logo a tela ia se distanciando e assim o filme terminaria de uma forma tão sincera. bela. verdadeira." 
marquinhos bueno.
minha literatura.
alguns contos. 
22/9/10
foto: editada por mim, mas achei no google imagens. 


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

~ paixãozinha.

"Hoje me apaixonei a primeira vista. Sentei no meu lugar preferido, comi devagarzinho, escrevendo pequenos contos e fantasiando com algumas coisas- pequenas inseguranças, talvez.
Levantei os olhos e vi numa mesa, não muito longe, um homem. Um homem, japonês, mestiço talvez, com lisos cabelos pretos, levemente compridos, antes do ombro, que brilhavam com a luz do sol, óculos, simples óculos dando aquela carinha de “nerd”. Roupa de executivo de sucesso sabe? Tinha aqueles médios, nem tão médios, entre o médio e o pequeno talvez, olhos escuros que se alinhavam não só na formação daquele belo rosto, mas se alinhavam a essa cultura oriental, cultura esta que me persegue- ou que faço me perseguir?
Ele lia algo. Comia rapidamente algum sanduíche daquele cardápio famoso, talvez número 1 ou 4.
Tinha um relógio simples. Não parecia ligar muito para o tempo. Tinha mãos com traços fortes, dedos finos, quase delicados. Aquela suavidade japonesa. Tinha um celular desses de executivos. Mas parecia ser simples, ele como pessoa.
Apaixonei-me não só pelos olhos puxados ou pelo traje de executivo de sucesso ou pelo charme, mas pelo mistério que ele tinha por trás daqueles olhos que ficaram fixos, praticamente o tempo inteiro, em algum papel. Talvez o próprio papel do estabelecimento ou não. Apaixonei-me pela dúvida. Dúvida que me encanta. Que me persegue que me domina.
Sem apressar-se muito, ele levantou, esperou gentilmente uma moça jogar o lixo, mexeu charmosamente o cabelo e se foi.
Foi junto com minha dúvida e minha paixão de alguns, deliciosos, minutos."

marquinhos bueno.
contos. 
mais um conto feito depois de um almoço no mc da paulista. 
editado ao som de: damien rice, delicate. 
foto no mc da paulista, mas não de hoje. 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

~ devargzinho

"Devagarzinho ele entrou na minha vida. Com papos suaves, inteligentes e engraçados: Cortei o cabelo- eu disse. Adoro seu cabelo desse jeito- ele respondeu.
A cada conferência ou uma simples conversa naquela janela, janela que esperava ansiosamente, como um bobo, piscar, devagarzinho
eu passei a gostar dele. Ou pelo menos o que ele aparentava ser. Devagarzinho passei a imaginar situações juntas, sabe?Como ir a qualquer lugar com o simples objetivo de estar com ele e terminar a noite entre lençóis e abraços. Muito sonhei e devagarzinho passei a estar sempre pensando nele. Dias foram e meses chegaram, o encontro tornava-se difícil, mas a esperança sempre brilhava dentro daquele pequeno sentimento.
Naquela quarta-feira, queria apenas ficar comigo. Namorar-me. Cuidar de mim. Enquanto todos viajaram e estouravam garrafas de champanhe e desejavam um feliz-qualquer-coisa com um tudo-de-bom-para-você-também,
tranquei-me na querida e feliz solidão daquela quase-cinza quarta-feira de dezembro. O relógio avisou que já passava da meia noite e chegava então a tal quinta-feira de dezembro. Desejei alguns vazios feliz-qualquer-coisa para algumas pessoas e a janela, que antes eu esperava sempre piscar, abriu-se com alguns dizeres em japonês, terminando com um carente convite seguido do tão esperado encontro. Como um leve passar do vento, ele se instalou ao meu lado, concretizando a conquista de meses. Elaborando, então, um sentimento intenso.
Porém, da mesma forma que se instalou, devagarzinho,
leve como o vento, se foi e foi. Pensei e desejei que voltasse, devagarzinho, e concretizasse o sentimento anteriormente instalado. Mas não voltou. Nunca mais. Deixando, assim, uma suave dor dentro de mim que, devagarzinho, sumiu. Um dia ele reapareceu. Recentemente. Sem citar nenhum dizer. Desejei, intensamente, que ele falasse desculpa-por-ter-ido-agora-eu-voltei-para-você-posso-entrar?
E, devagarzinho, deixaria ele entrar, como antes havia entrado, e
sorriria dizendo bem-vindo-de-volta-meu-querido.Não foi assim. Deixando no ar a dúvida eterna se instalar em mim. A dúvida do “se...”. Mas, não foi- quem sabe um dia?Ou não." 


marquinhos bueno
contos. 
Conto elaborado depois do "almoço" no Mc da Paulista. Editado ao som de ''bemquesequis'' da Marisa Monte. 
Foto editada pelo Mikaelzinho <3

terça-feira, 7 de setembro de 2010


''Tranquei-me dentro daquele cinza com músicas que remetiam a lembranças, lembranças das quais gosto de recordar não só porque foram boas mas porque quero acreditar que o outro também pensa nessas lembranças- por mais que eu saiba que não é bem assim. Tranquei-me dentro da insegurança de novo. Pois mais uma vez deixei de lado a minha personalidade aparentemente forte, sem medo do outro, sem medo ''da falta de sentimento'' para, de alguma forma, investir em algo que parecia bacana que no final foi exatamente como todas as minhas últimas investidas: sem sucesso. Sem respeito. Sem atenção. Sem nada. Absolutamente nada. Tranquei-me em todos as questões possíveis. Será que o problema era comigo?Será que tenho, de alguma forma, tanta segurança que assusto ou simplesmente tenho personalidade forte?Será que no fundo todos estão enlouquecidos procurando desesperadamente algo que no fundo não sabem o que realmente desejam e assim brincam com sentimentos como se fossem figurinhas?Se esta for repetida, posso joga-la sem pensar duas vezes- por mais que tais figurinhas sejam seres humanos com sentimentos
Tranquei-me em todas essas dúvidas e quis, por mais de um minuto, abrir mão de tudo. Mas, ao ler direcionamentos que estimulam uma conduta sincera, firme, lutar até o fim sem medo de errar, sem medo do fracasso, abri a porta do cinza para o azul do dia que brilhava pela janela. Resolvi mudar. Transformar toda essa situação. Cabelo novo, novas atitudes, uma forte oração por várias horas. Entendi que no fundo, todos almejamos algo para agora, now, imediatamente. E os efeitos aparecem no momento certo. Na hora certa. A esperança brotou mais uma vez dentro deste coração, que gosta de falar que é desacreditado, mas que no fundo acredita mais do que qualquer um na felicidade. Soltei vários sorrisos mexendo no novo cabelo e enchendo o peito pra falar: sou feliz. E sou mesmo, e você?''

marquinhos bueno. 
diário. 
ao som de: Life is Wonderful- Jazon Marz / Fall Away- The Fray.