明日を目指して

Apesar das minhas fragilidades, avanço.”- Lya Luft

domingo, 4 de novembro de 2012

~ a tal da palavra

"embarquei numa viagem. não conseguia, ao certo, ver o horizonte. nuvens embaçavam as lentes daquele óculos já antigo. a maré sempre alta e brava mexia não só com a embarcação, mas com tudo que havia dentro. e havia, apenas, o meu corpo flutuando com a mente cheia de indagações. perdi e me redescobri. cheguei à beira da praia e mais uma vez admirando o céu não conseguia enxergar estrelas reluzentes. eram apenas pequenos pontos de luz. questionei-me o que estava acontecendo com tudo... junto com aquela leve brisa que canta ao pé de meus ouvidos, senti dedos cruzando com meus dedos. encontrei olhares e sorrisos que indiretamente falavam baixinho a mim ´você pode. você é capaz´. levantei-me ao amanhecer e ao olhar próximo a mim estavam aquelas pessoas que mesmo direto ou indiretamente me incentivam. funcionam como um motor auxiliar para minhas dores, para meus desânimos, para minha vontade de apenas correr. a lente, embaçada, havia sido limpa, o horizonte era claro e o fluxo da maré era como deveria sempre estar: ao meu alcance. pois dentro de nós, independentemente das dores, das inseguranças, de tudo que a gente gosta de colorir como obstáculo, dentro há uma força inesgotável. no final devemos parar de colorir o desânimo acadêmico como um horizonte embaçado, devemos parar de justificar as desilusões da vida como a maré que nos derruba. precisamos acreditar mais na nossa força de brilhar no horizonte e enfrentar qualquer maré. e com vocês, direto ou indiretamente, sinto essa força pulsar. talvez eles nem saibam dessa importância, sabe? porque talvez eu ainda esconda e guarde sentimentos dentro de mim. mas quem sabe agora eles não possam, pelo menos por um minuto, enxergar como um pequeno sorriso, um abraço apertado ou um puxão de orelha, são a causa para o avanço contínuo." 

marquinhos bueno. 

obrigado seuslindo. vamos continuar, juntos, nessa jornada que é nossa revolução humana. 

domingo, 16 de setembro de 2012

''Fazem meses que não te vejo, ‘que não falo com você’. Não sei se você está bem, se está estudando, se está gostando de outro alguém ou se às vezes ainda sonha comigo. Nada mais sei sobre você, além do que sobrou. Recentemente vi umas fotos suas, o corte de cabelo ainda era o mesmo, o físico, o estilo de roupas. Mas tinha algo diferente, eu sei que tinha, porém, com
o eu poderia explicar? Era algo no seu olhar castanho escuro, como se faltasse algo por dentro de você. Era o formato dos traços do seu sorriso, como se tivesse perdido um pedaço de você… Então lembrei, talvez o que faltava, era o pedaço de você que eu levei comigo, e não consegui te devolver.'' (Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

~ depois de você...


"Eu aceitei o nosso fim, digeri a ideia de que amei a pessoa mais estúpida da face da terra, de que a mesma não merecia um tiquinho sequer de tudo o que eu me sujeitei a sentir. Já ultrapassei da época em que ouvir teu nome enchia-me de uma tristeza estúpida, uma vontade de correr pra longe de tudo o que pudesse me trazer de volta a você. Agora, lembrar de nós dois, torna-se algo tão natural e indolor que não me traz sensação alguma. Nenhuma pontinha de arrependimento, amor, admiração ou qualquer outra coisa. Só uma saudadezinha que não faz diferença alguma, que não machuca, que altera absolutamente nada. Aquela agulha pequena que cutuca o coração e te faz pensar “puts, faz tanto tempo!”, que te possibilita dar alguns sorrisos insignificantes. Nada muda. Nem saber que possivelmente você sente minha falta também. Já era, acabou. Só queria que você soubesse que lembrar de você não machuca mais. Só isso. Se eu fui algo pra ti, isso vai significar alguma coisa. Eu estou bem, pela primeira vez depois de você." (Caio Fernando Abreu)

sem palavras :) 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

terça-feira gorda

hoje gostaria de compartilhar, o provável, conto que mais gosto do livro Morangos Mofados do Caio F. Toda vez que leio, penso em tantas coisas e consigo até sentir o mar..

terça-feira gorda 

''De repente ele começou a sambar bonito e veio vindo para mim. Me olhava nos olhos quase sorrindo, uma ruga tensa entre as sobrancelhas, pedindo confirmação. Confirmei, quase sorrindo também, a boca gosmenta de tanta cerveja morna, vodca com coca-cola, uísque nacional, gostos que eu nem identificava mais, passando de mão em mão dentro dos copos de plástico. Usava uma tanga vermelha e branca, Xangô, pensei, Iansã com purpurina na cara, Oxaguiã segurando a espada no braço levantado, Ogum Beira-Mar sambando bonito e bandido. Um movimento que descia feito onda dos quadris pelas coxas, até os pés, ondulado, então olhava para baixo e o movimento subia outra vez, onda ao contrário, voltando pela cintura até os ombros. Era então que sacudia a cabeça olhando para mim, cada vez mais perto.

Eu estava todo suado. Todos estavam suados, mas eu não via mais ninguém além dele. Eu já o tinha visto antes, não ali. Fazia tempo, não sabia onde. Eu tinha andado por muitos lugares. Ele tinha um jeito de quem também tinha andado por muitos lugares. Num desses lugares, quem sabe. Aqui, ali. Mas não lembraríamos antes de falar, talvez também nem depois. Só que não havia palavras. havia o movimento, a dança, o suor, os corpos meu e dele se aproximando mornos, sem querer mais nada além daquele chegar cada vez mais perto.

Na minha frente, ficamos nos olhando. Eu também dançava agora, acompanhando o movimento dele. Assim: quadris, coxas, pés, onda que desce, olhar para baixo, voltando pela cintura até os ombros, onda que sobe, então sacudir os cabelos molhados, levantar a cabeça e encarar sorrindo. Ele encostou o peito suado no meu. Tínhamos pêlos, os dois. Os pêlos molhados se misturavam. Ele estendeu a mão aberta, passou no meu rosto, falou qualquer coisa. O quê, perguntei. Você é gostoso, ele disse. E não parecia bicha nem nada: apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o meu, que por acaso era de homem também. Eu estendi a mão aberta, passei no rosto dele, falei qualquer coisa. O quê, perguntou. Você é gostoso, eu disse. Eu era apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o dele, que por acaso era de homem também.

Eu queria aquele corpo de homem sambando suado bonito ali na minha frente. Quero você, ele disse. Eu disse quero você também. Mas quero agora já neste instante imediato, ele disse e eu repeti quase ao mesmo tempo também, também eu quero. Sorriu mais largo, uns dentes claros. Passou a mão pela minha barriga. Passei a mão pela barriga dele. Apertou, apertamos. As nossas carnes duras tinham pêlos na superfície e músculos sob as peles morenas de sol. Ai-ai, alguém falou em falsete, olha as loucas, e foi embora. Em volta, olhavam.

Entreaberta, a boca dele veio se aproximando da minha. Parecia um figo maduro quando a gente faz com a ponta da faca uma cruz na extremidade mais redonda e rasga devagar a polpa, revelando o interior rosado cheio de grãos. Você sabia, eu falei, que o figo não é uma fruta mas uma flor que abre pra dentro. O quê, ele gritou. O figo, repeti, o figo é uma flor. Mas não tinha importância. Ele enfiou a mão dentro da sunga, tirou duas bolinhas num envelope metálico. Tomou uma e me estendeu a outra. Não, eu disse, eu quero minha lucidez de qualquer jeito. Mas estava completamente louco. E queria, como queria aquela bolinha química quente vinda direto do meio dos pentelhos dele. Estendi a língua, engoli. Nos empurravam em volta, tentei protegê-lo com meu corpo, mas ai-ai repetiam empurrando, olha as loucas, vamos embora daqui, ele disse. E fomos saindo colados pelo meio do salão, a purpurina da cara dele cintilando no meio dos gritos.

Veados, a gente ainda ouviu, recebendo na cara o vento frio do mar. A música era só um tumtumtum de pés e tambores batendo. Eu olhei para cima e mostrei olha lá as Plêiades, só o que eu sabia ver, que nem raquete de tênis suspensa no céu. Você vai pegar um resfriado, ele falou com a mão no meu ombro. Foi então que percebi que não usávamos máscara. Lembrei que tinha lido em algum lugar que a dor é a única emoção que não usa máscara. Não sentíamos dor, mas aquela emoção daquela hora ali sobre nós, eu nem sei se era alegria, também não usava máscara. Então pensei devagar que era proibido ou perigoso não usar máscara, ainda mais no Carnaval.

A mão dele apertou meu ombro. Minha mão apertou a cintura dele. sentado na areia, ele tirou da sunga mágica um pequeno envelope, um espelho redondo, uma gilette. Bateu quatro carreiras, cheirou duas, me estendeu a nota enroladinha de cem. Cheirei fundo, uma em cada narina. Lambeu o vidro, molhei as gengivas. Joga o espelho no mar pra Iemanjá, me disse. O espelho brilhou rodando no ar, e enquanto acompanhava o vôo fiquei com medo de olhar outra vez para ele. Porque se você pisca, quando torna a abrir os olhos o lindo pode ficar feio. Ou vice-versa. Olha pra mim, ele pediu. E eu olhei.

Brilhávamos, os dois, nos olhando sobre a areia. Te conheço de algum lugar, cara, ele disse, mas acho que é da minha cabeça mesmo. Não tem importância, eu falei. Ele falou não fale, depois me abraçou forte. Bem de perto, olhei a cara dele, que olhada assim não era bonita nem feia: de poros e pêlos, uma cara de verdade olhando bem de perto a cara de verdade que era a minha. A língua dele lambeu meu pescoço, minha língua entrou na orelha dele, depois se misturaram molhadas. Feito dois figos maduros apertados um contra o outro, as sementes vermelhas chocando-se com um ruído de dente contra dente.

Tiramos as roupas um do outro, depois rolamos na areia. Não vou perguntar teu nome, nem tua idade, teu telefone, teu signo ou endereço, ele disse. O mamilo duro dele na minha boca, a cabeça dura do meu pau dentro da mão dele. O que você mentir eu acredito, eu disse, que nem na marcha antiga de Carnaval. A gente foi rolando até onde as ondas quebravam para que a água lavasse e levasse o suor e a areia e apurpurina dos nossos corpos. A gente se apertou um conta o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro. Tão simples, tão clássico. A gente se afastou um pouco, só para ver melhor como eram bonitos nossos corpos nus de homens estendidos um ao lado do outro, iluminados pela fodforescência das ondas do mar. Plâncton, ele disse, é um bicho que brilha quando faz amor.

E brilhamos.

Mas vieram vindo, então, e eram muitos. Foge, gritei, estendendo o braço. Minha mão agarrou um espaço vazio. O pontapé nas costas fez com que me levantasse. Ele ficou no chão. Estavam todos em volta. Ai-ai, gritavam, olha as loucas. Olhando para baixo, vi os olhos dele muito abertos e sem nenhuma culpa entre as outras caras dos homens. A boca molhada afundando no meio duma massa escura, o brilho de um dente caído na areia. Quis tomá-lo pela mão, protegê-lo com meu corpo, mas sem querer estava sozinho e nu correndo pela areia molhada, os outros todos em volta, muito próximos.

Fechando os olhos então, como um filme contra as pálpebras, eu conseguia ver três imagens se sobrepondo. Primeiro o corpo suado dele, sambando, vindo em minha direção. Depois as Plêiades, feito uma raquete de tênis suspensa no céu lá em cima. E finalmente a queda lenta de um figo muito maduro, até esborrachar-se contra o chão em mil pedaços sangrentos.''



terça-feira gorda
morangos mofados
caio fernando abreu 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

~ grey....


Well I've been here before,
I've sat on the floor,
In a grey grey room,
Where I stay in all day,
I don't eat, but I play,
With this grey grey food,
Desole, If someone is prayin', Then I might break out,
Desole, Even if I scream, I can't scream that loud,
So I'm all alone again,
Crawling back home again,
Just stuck by the phone again
Yeah, well I've been here before,
Sat on a floor, In a grey grey mood,
Where I stay up all night,
And all that I write is a grey grey tune,
So pray for me child,
Just for a while, And I might break out yeah,
Pray for me child, Even a smile would do for now,
So I'm all alone again,
Crawling back home again,
Just stuck by the phone again
Have I still got you to be my open door,
Have I still got you to be my sandy shore,
Have I still got you to cross my bridge in this storm,
Have I still got you to keep me warm,
Coz if I squeeze my grape, And I drink my wine yeah,
Coz if I squeeze my grape, And I drink my wine yeah,
Yeah, Oh coz nothing is lost, This is frozen in frost,
And it's opening time, And there's no-one in line,
But I've still got me to be your open door,
I've still got me to be your sandy shore,
I've still got me to cross your bridge in this storm,
And I've still got me to keep you warm,
Warmer than warm yeah, Warmer than warm yeah,
Warmer than warm yeah, Warmer than warm yeah.
 
damien rice
grey room
 
é incrível como esta música se posiciona em todos os momentos da minha vida...os de mágoa, os tristes quando estou literalmente no grey room refletindo sobre tantas coisas..mas ela se encaixa nos mais felizes também... 

sem mais.

 
 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

~ and...

"entre meios, músicas e emoções....nos beijamos. aquele olhar, profundo, esclarecedor, foi seguido do primeiro de muitos. foi decisivo. foi marcante. iniciamos uma troca de ideias, de sentimentos, de amores que só cresce. cresce tanto que até me assusto. me assusto com o que tenho sentido. não por medo de não dar conta ou por qualquer insegurança, mas por ser verdadeiro. puramente sincero e verdadeiro. recordo-me vagamente de um passado, nem tão distante, em que senti o que sinto agora. minha maior vontade, às vezes, é apenas de gritar. sem muitos motivos. em meio a correria, as mudanças entre nossas vidas, mesclado com tantas causas já feitas no passado, minha única vontade, neste exato momento, é: de gritar. gritar que te-quero-aqui-agora. gritar que desejo-seu-abraço-seu-beijo-seu-rosto-colado-no-meu. queria gritar ao vento todas essas palavras para que ele possa levá-las até você. para que mesmo que de longe, como se fosse um murmúrio, vocÊ pudesse ouvir o que sinto. pudesse ter a certeza da veracidade e da sinceridade do que sinto. na maioria das vezes 24 horas é pouco para pensar em você, na gente, no que está por vir. talvez essa ansiedade-vontade-sentimento faz com que eu sinta que está tudo estranho. até porque é estranho sentir tudo isso de novo. é estranho entender que isso é o que sempre chamei de transformação de um tal de carma aí. e talvez o mais estranho é que estamos apenas nos conhecendo. apenas iniciando uma nova etapa. juntos. eu e você. e a vontade de gritar, o achar estranho, todos os questionamentos bobos, no fundo, possuem uma simples explicação: é porque gosto demais de você. simples assim. será que dá pra entender? ... gosto de vocÊ."

marquinhos bueno. 
21 de junho de 2012. 
 

sábado, 2 de junho de 2012

~ it's hard to translate...

" às vezes é difícil traduzir o que sinto. talvez manter-me no silêncio seja a melhor escolha antes que sentimentos passem e não voltem? contudo algumas coisas que eu gostaria que partissem, não partem, permanecem e de alguma forma é bom. o questionamento é: se eles forem, como ficarei?" 

ao som de florence and the machine freneticamente

segunda-feira, 28 de maio de 2012

~ o meio

"Uma vez li algo sobre caminho do meio e isso me marcou. Esse meio é algo engraçado. Somos constantemente influenciados pelo meio em que vivemos. Seja ele família, trabalho, amigos ou até mesmo o meio da nossa própria solidão. Li muito sobre. Conclui várias coisas. Contudo, hoje passei a refletir que talvez eu deva me empenhar em estar mais centrado no meio dos meus próprios sentimentos. Demasiadamente insisto em manter a campanha da boa amizade. Me esforço para fazer sempre a causa que julgo ser certa. Isso implica em sempre manter a sinceridade, sempre criar pontes de diálogo mesmo quando minha maior vontade é manter-me fechado em meus próprios pensamentos Uma vez, no passado, cantei pro vento ''take me for what I am..who I was meant to be.." e me pareceu algo verdadeiro que prolongou-se durante todo esse tempo. Mas a dificuldade se encontra em ter empatia com seus próprios sentimentos e com os dos outros. Quanto devemos respeitar o espaço?-Qual deve ser o limite da minha fala?-Será que tudo isso vai gerar desconforto? No meu sentimento constante de manter a sinceridade, excluí dores que às vezes acredito que deveria ter curtido-as por mais um tempo. Quebrei silêncios, barreiras. E mantive-me pra lá do meio. Até que com um pequeno soprar do inverno que, lentamente, se manifesta entre o tal do dia-a-di-a-dia-dia, perdemo-nos no tal do meio. Não há explicações, justificações e muito menos cobrança. Sentimo-nos como idiotas? Sim. Não nego. Recordo-me do vínculo que cantamos ao vento e isso faz com que aceite até mesmo esses momentos de dúvida. É como se pudesse ouvir baixinho alguém falando ''deves manter-se no meio. é normal sentir-se como idiota-bobo-seja-lá-o-que-for. mas lembre-se que o mesmo que fizestes isso contigo também teve seu próprio pesar de sentimentos-dores-pensamentos''. Continuo refletindo sobre o meio. Sobre manter-se no meio do que sinto e assim respeitar o meio de outros. Pois como há alguns minutos pude ouvir do vento que 'é sempre muito fácil falar...' .. E não é mesmo?"


marquinhos bueno.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

~ you've got the love...


"há algum tempo atrás, não muito tempo. talvez uma semana ou duas, ela, com toda sua beleza-força-garra-, leu minha mão. sempre tive um certo receio com isso. encarar informações como perda-ganhos-vida-morte-amores, sempre foi algo que eu evitei. talvez por estar calejado com o tempo e com experiências. contudo, ela, com seus penetrantes olhos - que na minha opinião enxergam além da alma-do-tempo-do-espaço, com uma simplicidade meiga-querida-amiga, leu a minha mão. rodeados de amizade verdadeira, datas especiais, mesas de plástico, e copos de cerveja ela ditou, com suaves palavras, um futuro garantido-feliz-e-sucesso e todas as coisas boas que eu sempre desejei e determinei dentro de minha fé. dialogamos por horas. sobre a importância do diálogo, de amigos, da vida, dos "acasos" que gostamos de chamar de acasos mas que sempre trazem um significado profundo em nossas vidas. dentre essa arte de ler-falar-dialogar pude tirar melhores conclusões. re-afirmei-e-re-dobrei meus objetivos. afinal, este é o objetivo. entender que temos força para mudar e transformar.
porém, dentre todas as linhas que ditam e trazem informações sobre vida e sobre nós, aquelas três linhas do tal do amor me intrigaram. mexeram com sentimentos adormecidos. com tantas lembranças. 
a nostalgia me fez bem. me fez sentir forte de alguma forma. 
me fez repensar. de algum jeito me mudou. assim como ela, linda, entrou em minha vida tão leve como o vento que passava entre nós e nossos diálogos, fazendo seus cabelos voarem , enquanto, entre sorrisos trocávamos confidências. enquanto selávamos a-tal-da-amizade-verdadeira. 
agora, mesmo entre altos e baixos do dia-a-dia, aprendi a ditar e identificar os amores dos outros. assim como ela me remeteu a sentimentos nostálgicos e reflexões, espero, mesmo que de leve,  manifestar o mesmo em...quem sabe você?'' 


marquinhos bueno.
18 de maio de 2012. 
contos.
florence+ the machine freneticamente. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

~ so sweet and so cold...

"é engraçado como a gente gosta de apressar algumas coisas. talvez pela carência, pela falta de atenção, pela idade. a gente determina que tudo vai ser diferente. que a partir deste momento não iremos fazer aquilo ou tal coisa. a gente passa um tempo investindo nisso, fazendo a causa que consideramos certa e ficamos felizes assim. contudo, às vezes - só às vezes - a pequena insegurança causada pela ausência de contato, faz com que possamos abrir mais a mente e olhar para outras pessoas com novos olhares. encontramos alguém bacana, fenomenal, incrível, e achamos, por alguns minutos, que esta é a pessoa da vida. somamos, então, todas as dores do passado, todas as mágoas, todas as vontades e em poucos minutos determinamos que esta é a pessoa-certa. aí que mora o problema. o ritmo, insano, do dia-a-dia, as diversas páginas passadas de nossa existência, marcadas por tantos acontecimentos, nos envolvem de uma forma tão mística. Às vezes parece um feitiço que nos prende a tantas memórias. e isso se prolonga de tal forma que, misticamente, nos envolvemos com a tal-pessoa-certa que determinamos ser em 5 minutos. em poucas semanas a gente, na tensão e na carÊncia, assume status rapidamente. contudo o que pulamos são as etapas do conhecimento. ninguém é perfeito, ninguém é cem porcento íntegro. temos defeitos, qualidades, manias, loucuras...e para cada uma dessas qualidades-ou-defeitos, temos uma química positiva que é somada com nossa própria vida e isso gera a tal da afinidade. 
o problema é quando apressamos tanto e não há a tal da química. não há química nas manias, nas loucuras, no sexo, em nada. não basta apenas ser incrível-inteligente-mágico se não tiver um misto de prazer e compartilhamento de ideias. isso gera reflexões. como-pude-ser-tão-bobo, como-deixei-isso-acontecer, e-agora. a gente tenta conversar antes que as coisas piorem. e quando já estão mais do que piores?
acabamos dialogando e tentando expor os sentimentos e a causa da discordância. no final? alguém sai magoado, ferido, com raiva. o outro?sai bem, com foco e de alguma forma leve. mas o questionamento que resta é...pq começamos tudo isso, afinal?
o que penso, agora, é como diz aquela música bonita... ~it's not right, but it's ok~.  e no final tudo fica bem. tem que..."



marquinhos bueno.
1 de maio de 2012. 
florence and the machine freneticamente.

sábado, 10 de março de 2012

~ por trás...



“ já que li que a escuridão se torna tão maior. que momentos de alegria virão. mas é tão engraçado como gostamos de brincar no escuro. no tal do vazio. vazio que acreditamos viver sem fim. viver sem cor, sem esperanças, sem expectativas.
vivemos momentos de desespero. de problemas, não somente em casa-no-trabalho-na-vida-amorosa, mas nos desesperamos porque não compreendemos de onde tudo isso parte. alguns se escondem por trás de belas imagens produzidas com texturas opacas, outros escrevem, alguns choram, outros se trancam, e muitos sofrem calados em meio a mesas de plásticos e copos que brindam alguma coisa.
até que chega um momento que damos um basta. um chega para tudo isso. renovamos o guarda-roupa, o cabelo, fazemos uma tatoo, colocamos um novo piercing. alguns viajam, outros compram coisas. outros se desapegam de pessoas e se dão oportunidade de conhecer outras. no final, temos que entender que tanto o sofrimento como a felicidade são estados de vida e são causas que partem de dentro de nós. mesmo o momento ruim que passamos, é a causa que temos para transformá-lo na grande oportunidade de crescer e vencer. temos realmente que sacudir a vida, mudar o visual, jogar os cabelos, e avançar sem medo das possíveis quedas. pois como lindos seres mágicos que voam, que transcendem pela nossa imaginação e realidade, iremos crescer e voar para as mais altas conquistas. - por mais que gostemos da doce cor do escuro.”



marquinhos bueno.
contos
10 de março 2012
post para meu querido Rô(primeira foto), parceiro de ideias sobre fotografia, situações e todas essas coisas que passamos pela vida! ! Entender que o que está por trás de uma imagem, por mais impactante que seja, requer sabedoria e algumas experiências em comum. vamos avançar sempre, querido!


ao som de: Florence+The Machine, shake it out.

sexta-feira, 9 de março de 2012

~ não, diga-me não.

"enquanto deslizava para fundo de pequenos copos, algumas mesas de plástico, conversas cheias de planos para dominar o mundo com pessoas tão queridas, o universo - ou seria eu mesmo? - me prega peças e trouxe, rapidamente, informações que como um mantra, mentalizo, que não-me-afetam-que-não-quero-saber-que-está-tudo-bem. penetram não somente pela minha mente, mas por todas minhas entranhas e memórias, e cutucam dores ardentemente cicatrizadas.
~ in the arms of the ocean,  so sweet and so cold and all this devotion, well, I never knew it all. and the crushes of heaven, for a sinner released but the arms of the ocean delivered me ~ 
queria estar, como a música diz, nos braços do oceano e deixar com que ele levasse, não só o sentimento, mas toda a lembrança, todas as palavras, todos os planos...que devagarzinho tomaram conta de mim. e pudesse, suavemente, dizer-te sem dores que nada sinto. no final, nada sinto. o que resta é a dúvida do se. melhor, a esperança do se que não cansa de me perturbar e dizer que poderia ter dado certo. mas, no final das contas.....'this is the way it's meant to be....this is the way it ends'. e termina vocÊ aí e eu aqui." 


marquinhos bueno
contos.
8 de março de 2012.
ao som de:  Florence and the Machine, never let me go e Landon Pigg, the way it ends. 


terça-feira, 6 de março de 2012

~ notícias

Boa noite, gente.
Feliz Ano novo super atrasado. Tenho deixado este espaço de lado por alguns meses. Tenho produzido coisas, mas confesso que talvez por falta de tempo ou até mesmo por um pouco de insegurança acabo não postando tanto.


Prometo, como sempre, me esforçar e fazer em 2012 o que não fiz em 2011: postar mais. dialogar mais com vocês. publicar mais.
Conto com vocês!!


E desejo um 2012 repleto das mais maravilhosas vitórias.


Hoje compartilho um texto que produzi a pouco tempo. Durante esta semana vários ''acasos'' tem me intrigado e com isso tenho feito várias reflexões. Postarei a mais recente hoje.




“Nos esforçamos constantemente para esquecer-apagar-excluir sentimentos passados. Buscamos terapias-orações-pensamento positivo-, no final um pouco de tudo isso com tempo é o melhor remédio. Tempo, este, que costuma brincar com nossos sentimentos. Momentos vão e vem. Construímos grande edifícios cheios de memórias boas- ruins-nostálgicas-arrebatadoras. Contudo, no final de cada curto - ou longo - espaço de aventuras, entulhamos tais lembranças em pequenas caixas e costumamos guardar em cada compartimento do tal grande edifício que criamos. Buscamos as alternativas e superamos as dores, intensificamos as felicidades. E, mais uma vez, o tempo nos dá a graça de sua presença.
Até que um dia, dia qualquer, a qualquer momento, misticamente recebemos notícias repentinas que nos causam dúvida. ~ será que sentimento foi superado?, será que estou me sentindo traído?, Quais as razões pelo qual ele decidiu fazer isso?~
Rapidamente, numa pequena fração de segundo, criamos as mais diversas dúvidas, questionamentos, gostamos de pensar e pensar. Guardar essas dúvidas por algum tempo. Por algumas horas, poucos minutos ou até mesmo alguns meses. Remoemos isso e no final entendemos que queremos sempre ser a vítima. E não assumimos que sim, o sentimento foi guardado com carinho. Que sim, ultrapassamos a dor. Sim, está tudo bem.
Um dia desses, não faz muito tempo, passei por tal situação. A princípio fiquei feliz. Recebi mais informações e achei um absurdo. Depois achei que estava com ego ferido. Doces palavras me confortaram e minha ficha caiu - como dizem por aí.
No final devemos nos desprender do vício de sermos tão acomodados a vida dos outros. Senti como se ele estivesse aqui. Por perto. E no fundo queria ouvir aquela voz me dizendo as novidades. No final, entendi que queria apenas um voto de confiança.
Despertarei da minha nostálgica fantasia e desejarei apenas felicidade. Apenas juízo. Apenas sinceridade.
Pois no final das contas, voltaremos ao mesmo cíclo e faríamos tudo de novo. E misticamente, continuaremos ligados.
Grato!”

marquinhos bueno.
contos.
6 de março de 2012.
ao som de: Corrine Bailey Rae, i'd do it all again

beijos! até a próxima.