明日を目指して

Apesar das minhas fragilidades, avanço.”- Lya Luft

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"We are all looking for answers. In medicine, in life, in everything. Some times the answers we were looking for have been hiding just below the surface. Other times, we find answers when we didn’t realize we were asking the question. Sometimes, the answers can catch us completely by surprise. And sometimes, even when we find the answer we’ve been looking for, we’re still left with a whole helluva lot of questions.” ( meredith grey. final do sétimo episódio da sétima temporada)

ao som de: John Mayer / your body is wonderland


terça-feira, 9 de novembro de 2010

~ Dama da Noite (2)

"A última coisa que lembro era do Dr. Roberto me perguntando: Misaki, você esté bem?Depois encontrei-me numa escuridão profunda. Onde não havia a famosa luz no final do túnel. Não havia nada. Apenas eu, sem noção do espaço. Preocupada com tudo, com o marido e principalmente com o nosso bebê. Mentalizei algumas palavras positivas, pois esperava de alguma forma a luz no final do túnel. Esperava que tudo desse certo. 'Ela está melhor Sr. Não fique preocupado. Mas, o bebê...'. O bebê? O que?Não estava entendendo. Abri os olhos lentamente, demorando vários minutos ate conseguir absorver o lugar onde estava, como estava. Sentia dores por todos os lugares e olhava as pessoas ao meu redor com cara de pena. De coitadinha-dela. Não entendia o porquê de tudo. 'Ela está voltando a si', disse a única enfermeira simpática. Passaram, então, dolorosos minutos explicando que houveram várias complicações durante o parto e que o bebê não havia sobrevivido. O marido não largava minha mão por nada. Eu não conseguia compreender. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, pálido, sem resposta. Sem ação. Desejava apenas intensamente loucamente fechar os olhos e voltar para a escuridão. Foram semanas seguidas de consultas e exames e resultados satisfatórios que diziam que não havia dano no útero e que isso era uma benção. Benção, eu pensava. Será? Os meses de recuperação foram intensos. Terapia sozinha, com marido, com família, com o cachorro, com a alma. Seguimos apenas com a ideia de que o sonho ainda era possível, mas na realidade- qual era a realidade?. Eu queria voltar a ser aquela Dama, sabe. Então decidi sumir. Disse que iria visitar alguém e fui vagando lentamente pelas ruas desvairadas, analisando calmamente as almas que vagavam, assim como eu, em busca de pequenas risadas, alguns drinks, talvez alguns tragos de diversas marcas ou até mesmo tipos. Encontrei conhecidos que questionavam o porquê do sumiço entre tantas outras perguntas. Limitei-me apenas em dizer que estava de volta. Passei dias assim, havia conquistado novamente o meu posto? Agora poderia voltar a andar e ouvir sambas e proteger todos?- perguntei-me enquanto um jovem rapaz me pagava uma caipirinha de sake. 'O que você está fazendo, Misaki?', ouvi de longe. Soltei os cabelos e pude vê-lo. 'era meu Marido'- eu pensava assustada. Nossa...como ele é bonito. Havia esquecido desse fato, talvez. Havia largado tudo pra trás, talvez. Havia apenas almejado tudo novamente, talvez. Tivemos uma discussão intensa. Aquela coisa de lágrimas-tapas-abraços-eu-te-amo-volta-para-mim. Realmente eu não pertencia mais aqueles lugares, ambientes, sensações. Voltamos abraçados. Pude sentir o cheiro dela, da Dama, como se eu deixasse para trás, junto àquele cheiro, tudo, tudo. Parti assim. Voltei a todas as terapias-mantras-fé-prática. Renovei o visual. Mudei de emprego. Dois anos se passaram e pude, então receber a notícia de que viriam dois agora. Senti-me insegura, mas feliz. Determinada. Poderia, então, concebe-los e ser aquela que eu sempre enchia o peito em dizer que seria ou será que seria, mais uma vez, atingida por decepções e voltaria, envolta dela e de seu perfume, a ser a Dama?"


marquinhos bueno.
contos.
9/11/10

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

~ isto é amizade verdadeira.


"pensei em escrever contos profundos cheios de palavras significativas com sentidos densos. pensei em falar como era difícil passar o tal do dia-a-dia-na-paulicéia-desvairada sem a presença deles. pensei em começar um conto com um pedido de desculpas, sabe?pedindo desculpas pelas breves despedidas com sorrisos de "força!vai dar tudo certo!" que logo eram seguidos de lágrimas bobas- bobas de verdade?- pelo meu rosto aparentemente forte. pensei em comentar mais uma vez que a saudade é diária. que não há um dia sequer em que eu sinta falta de cada um. falta daquele que sempre conta a melhor piada no momento certo, das meninas cheias de comentários engraçadas, melhores risadas, do outro que sempre é alvo de alguns cortes em geral, da outra com cabelos bem enrolados que sempre foram alvo de grandes piadas, da japonesa que trabalha tanto e que foi parceira de tantas aventuras, da outra japonesa que se tornou a mommy e que tanto me ensinou, que tanto me confortou. sem contar das outras pessoas que marcaram cada passo, cada momento, formulando sentimentos que não há forma de expressar senão pelo olhar. pensei em dizer tudo isso ao vivo. depois pensei em mandar uma carta para cada um. depois desisti de tudo. logo abri uma página, comecei um conto triste onde dizia que queria largar tudo e ter todos de volta. apaguei. e depois conclui que deveria apenas deixar que o sentimento falasse sozinho. e que por mais que eu não cite nomes, comente algumas coisas aqui e ali,  no fundo todos sabem que fazem parte de mim. do que eu sou. eu penso diariamente que "é só o começo". assim conforto a dor da separação e da distância. pois sei que sempre estaremos juntos. sempre. em todas as existências possíveis. amo vocês. entenderam?"




marquinhos bueno. contos. 1/11/10.
ao som de: the moon- the swell season / little house- amanda seyfried. 
foto 1: eu e márcia.
foto 2: melhores-da-vida no dia 28/10. niver do Mikaelzinho!