明日を目指して

Apesar das minhas fragilidades, avanço.”- Lya Luft
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segunda-feira, 31 de março de 2014

~ uma carta para G (2)

'' Para G, 

Boa noite, G. Tudo bem? Já há alguns meses que não escrevo. Me desculpe. Tudo anda meio corrido. Novos desafios surgiram. Reconhecimento de trabalhos árduos. Entretanto todo reconhecimento chega com uma carga de novas responsabilidades. Estou aprendendo a lidar com tudo. 
Há alguns dias atrás encontrei a seguinte frase ´Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem'. Do querido Caio...O Caio, G. Caio Fernando Abreu! rs...Estive refletindo sobre o impacto que esta frase tem na minha vida. Ela é muito palpável, você não acha? Quantas vezes encontramos sentido na vida e no que fazemos, e do nada, basta termos uma decepção - a mais tola possível - e sentimos a perda. Perdemos os sentidos. Sentidos no sentido mais amplo! Perdemos o tato, o paladar, a audição e muitas vezes a fala é regida por incontáveis soluços desesperados. Sim, desesperados. Soluços que são manifestações dos nossos gritos. Gritos desesperados. Gritos mesclados com falta de ar. Com olhos inchados. Com lágrimas que percorrem não apenas nosso rosto, mas tudo que somos. Falando assim lembrei de um filme - de cor azul agradável - em que refleti sobre o choro. Sobre como somos quando sofremos. A gente nunca se olha quando estamos em tal estado. Você já parou para pensar nisso? Isso também é perda, não é? Perdemos a oportunidade de analisar o quão patético pode ser aquela cena ou deixamos de ver a sensibilidade que temos. 
Tenho pensado muito sobre a sensibilidade também. Porque é completamente natural perdê-la. Eu tenho altos e baixos. Crises eternas por não ter tanta sensibilidade. E no fundo sei que é normal encontrá-la lá dentro. Só que...sabe de uma coisa? Gosto de perder tudo isso. Perder o controle, perder os sentidos. No final sabemos exatamente onde encontrá-los. A gente perde, mas no fundo apenas escondemos todos esses sentidos em algum lugar secreto. Só que nunca é secreto, secreto. Sabe? A gente omite por proteção. Ou talvez por fuga. Ou seja lá qual for o motivo. O que importa é compreendermos o eterno ciclo de perder e encontrar. Afinal é tão natural, não é? Caio já dizia isso. E eu concordo com ele. 
Sei que esta carta parece sem nexo, mas talvez o que eu queira dizer, G, é que quando te perdi, perdi todos esses sentidos. Não era possível mais te tocar, ouvir sua voz, sentir seu cheiro e e muito menos sentir o gosto da tua boca. Aqueles lábios que sempre tocavam minhas bochechas. E era tão feliz quando todos esses sentidos construíam nosso dia-a-dia. 
Você sente o mesmo, G? Será que tive algum sentido para sua vida?
Sempre tento não ser dramático-triste-insano-depressivo-ouseiláoque. Só que deixo o lápis me levar. Deixo minhas emoções falarem. E no final, a conclusão é sempre a mesma: a saudade domina todo o meu ser. 
Assim como Caio disse, acredito que naturalmente um dia 're'encontrarei todos esses sentidos. Quando eu puder, por um minuto apenas, olhar-te nos olhos, com um breve sorriso, poderei recarregar todos os sentidos que se foram quando te perdi. Afinal, é natural, não é?
Para sempre seu,
M. ''

domingo, 24 de novembro de 2013

~ uma carta para G.

" Para G,

há quanto tempo! como você está? presumo que esteja bem...como bem te conheço, apesar dos dramas e das pequenas reclamações, não tenho duvidas de que você está desfrutando de um excelente e desafiador dia-a-dia. resolvi escrever esta carta para dizer como estou. o que sinto. afinal, quanto tempo já se passou desde a última vez que te vi? a saudade é tanta que me perco nas memórias. entretanto recordo de uma visita a minha casa em Manaus. Como sempre vocÊ veio fugida. Em segredo. Trocamos ideias, sinais, sorrisos tímidos. Tão tímidos que mal conseguíamos falar. Depois desse dia nunca mais te vi. Nunca mais tive notícias suas. É engraçado analisar como a vida dá voltas-voltas-voltas. A saudade é tanta que dói. Ela percorre todo o meu ser, amplia-se pelo âmago da minha vida...Faz um eco tão forte...E dói. Hoje acordei com esta nostalgia louca. Tão intensa que não consegui sair da cama. Permaneci por de baixo dos lençóis recordando as mais diversas peripécias.São tantas que me pouparei de tentar listar. Depois daquele dia nunca mais nos falamos. Não trocamos ideia, não nos telefonamos, deixamos de responder mensagens. Perdemo-nos no vazio da lembrança. Sempre me pergunto se você também sente tudo isso. Você sente, G? Você sente saudade? Ela também dói em você? Você tem vontade de desafiar as barreiras da vida e me ligar? Ou será que assim como eu vocÊ tem medo da indiferença? Inúmeras vezes, sóbrio ou bêbado, peguei o telefone e digitei o seu número. Entretanto não pude ligar. Me parece que é algo mais forte. Não consigo explicar muito bem. Mas sabe G, eu estou bem. Muito bem. Tão bem que até fico assustado. É uma felicidade mesclada com cansaço diário. Mas não deixa de ser felicidade. Em diversos momentos visualizei você me acompanhando em momentos cruciais. Este ano foram várias. Todos seguidos de incontáveis vitórias. Até eu me assusto com o quanto cresci. Como amadureci depois de tanto tempo. A vida acadêmica é uma loucura. Os sonhos se reconstroem a todos os momentos. E a certeza que tenho é de que estou no lugar no certo. Caminhando sempre com desafios maiores. E você me conhece né? A adrenalina dos desafios me impulsiona cada vez mais. É algo tão forte que nem acredito que cheguei onde estou. E ainda falta muita coisa, G. Queria que vocÊ pudesse me ver, escondidinha, sem que eu soubesse. Essa vida de gente grande é um sarro. Tão cheia de altos e baixos.  E fico admirado que consigo administrar contas, estudos, estágio e tantas coisas. Acho que vocÊ iria sentir orgulho. Pelo menos um pouco. Nesses últimos tempos viajei tanto. Apresentando pesquisas, compartilhando sinais com tantas pessoas. Estou conhecendo novos mundos e me inserindo, aos poucos, em diversos lugares. Aaah G...como eu queria que você pudesse me acompanhar. Sabe, conheci tantas pessoas maravilhosas. Pessoas incríveis que estão aqui, ali, no JApão, nos EUA...Elas também me completam. Elas também fazem parte de mim. Eu também as amo. É incrível pensar como tem gente neste mundo que pode agregar tanta coisa, né? Esses dias atrás meu pai fez uma surpresa e apareceu por aqui, acredita? Duas pessoas especiais o conheceram. As vezes nem sei se elas sabem o quanto elas são especiais pra mim. Elas também fazem parte do que sou, G. Eu as amo tanto, G. Elas fazem com que eu não perca o chão nesta loucura. Ah G, não sinta ciúmes. Elas são lindas. Você iria adorar conhecê-las. Quem sabe um dia? Bem, G...Acho que escrevi demais. Mas escrevi pra te dizer que nunca parei de pensar em você. Nunca. Nem sequer um momento. Eu sei que esta carta parece uma carta feita para alguém que já partiu desta existência. Eu sei que você está viva, feliz e bem. Todavia, você partiu da minha vida. Da minha zona de conforto. Dói muito não poder te ouvir, não poder sentar no chão e ouvir você cantar...Lembra quando você tentava me ensinar a cantar? Lembra quando você compunha? E eu era o fã número um. Aquele que gravava, ouvia, compartilhava. Ai ai G. São tantas coisas que irei parar por aqui. Espero que um dia você possa ler isto. Espero que um dia possamos trocar mais uma vez um abraço caloroso. Um beijo longo. G, não pense que estou triste, ok? A saudade dói em mim, é uma dor tão dolorida que tenho vontade de chorar. Mas nunca consegui. O choro fica preso. POrque no fundo eu sei que não é por muito tempo que toda essa dor-saudade-distância vai ficar entre nós. Gosto de acreditar que um dia vou poder ouvir você mais uma vez. Vamos poder andar de carro até altas horas rindo, cantando, sem nada que nada nos impeça. G, eu estou muito bem. E daqui eu acredito fielmente que você também. Um dia me manda algo. Para eu saber se posso adentrar a sua vida mais uma vez. Tá bom? Estarei esperando. MEsmo que demore. Não tenho pressa. Tenho um amor tão grande e sem fim que me acalma. Fique bem. Tá bom?
Amo você.
Mesmo com os pesares, 
para sempre seu,
M."


marquinhos bueno.
24/11/2013

quem sabe um dia eu envio? rs... a vida dá tantas voltas e nestes momentos de saudade, escrevo. 
ao som de: Dashboard Confessional - The best deceptions.
www.youtube.com/watch?v=xiqXGEV1Bms

sexta-feira, 18 de maio de 2012

~ you've got the love...


"há algum tempo atrás, não muito tempo. talvez uma semana ou duas, ela, com toda sua beleza-força-garra-, leu minha mão. sempre tive um certo receio com isso. encarar informações como perda-ganhos-vida-morte-amores, sempre foi algo que eu evitei. talvez por estar calejado com o tempo e com experiências. contudo, ela, com seus penetrantes olhos - que na minha opinião enxergam além da alma-do-tempo-do-espaço, com uma simplicidade meiga-querida-amiga, leu a minha mão. rodeados de amizade verdadeira, datas especiais, mesas de plástico, e copos de cerveja ela ditou, com suaves palavras, um futuro garantido-feliz-e-sucesso e todas as coisas boas que eu sempre desejei e determinei dentro de minha fé. dialogamos por horas. sobre a importância do diálogo, de amigos, da vida, dos "acasos" que gostamos de chamar de acasos mas que sempre trazem um significado profundo em nossas vidas. dentre essa arte de ler-falar-dialogar pude tirar melhores conclusões. re-afirmei-e-re-dobrei meus objetivos. afinal, este é o objetivo. entender que temos força para mudar e transformar.
porém, dentre todas as linhas que ditam e trazem informações sobre vida e sobre nós, aquelas três linhas do tal do amor me intrigaram. mexeram com sentimentos adormecidos. com tantas lembranças. 
a nostalgia me fez bem. me fez sentir forte de alguma forma. 
me fez repensar. de algum jeito me mudou. assim como ela, linda, entrou em minha vida tão leve como o vento que passava entre nós e nossos diálogos, fazendo seus cabelos voarem , enquanto, entre sorrisos trocávamos confidências. enquanto selávamos a-tal-da-amizade-verdadeira. 
agora, mesmo entre altos e baixos do dia-a-dia, aprendi a ditar e identificar os amores dos outros. assim como ela me remeteu a sentimentos nostálgicos e reflexões, espero, mesmo que de leve,  manifestar o mesmo em...quem sabe você?'' 


marquinhos bueno.
18 de maio de 2012. 
contos.
florence+ the machine freneticamente. 

sábado, 10 de março de 2012

~ por trás...



“ já que li que a escuridão se torna tão maior. que momentos de alegria virão. mas é tão engraçado como gostamos de brincar no escuro. no tal do vazio. vazio que acreditamos viver sem fim. viver sem cor, sem esperanças, sem expectativas.
vivemos momentos de desespero. de problemas, não somente em casa-no-trabalho-na-vida-amorosa, mas nos desesperamos porque não compreendemos de onde tudo isso parte. alguns se escondem por trás de belas imagens produzidas com texturas opacas, outros escrevem, alguns choram, outros se trancam, e muitos sofrem calados em meio a mesas de plásticos e copos que brindam alguma coisa.
até que chega um momento que damos um basta. um chega para tudo isso. renovamos o guarda-roupa, o cabelo, fazemos uma tatoo, colocamos um novo piercing. alguns viajam, outros compram coisas. outros se desapegam de pessoas e se dão oportunidade de conhecer outras. no final, temos que entender que tanto o sofrimento como a felicidade são estados de vida e são causas que partem de dentro de nós. mesmo o momento ruim que passamos, é a causa que temos para transformá-lo na grande oportunidade de crescer e vencer. temos realmente que sacudir a vida, mudar o visual, jogar os cabelos, e avançar sem medo das possíveis quedas. pois como lindos seres mágicos que voam, que transcendem pela nossa imaginação e realidade, iremos crescer e voar para as mais altas conquistas. - por mais que gostemos da doce cor do escuro.”



marquinhos bueno.
contos
10 de março 2012
post para meu querido Rô(primeira foto), parceiro de ideias sobre fotografia, situações e todas essas coisas que passamos pela vida! ! Entender que o que está por trás de uma imagem, por mais impactante que seja, requer sabedoria e algumas experiências em comum. vamos avançar sempre, querido!


ao som de: Florence+The Machine, shake it out.

sexta-feira, 9 de março de 2012

~ não, diga-me não.

"enquanto deslizava para fundo de pequenos copos, algumas mesas de plástico, conversas cheias de planos para dominar o mundo com pessoas tão queridas, o universo - ou seria eu mesmo? - me prega peças e trouxe, rapidamente, informações que como um mantra, mentalizo, que não-me-afetam-que-não-quero-saber-que-está-tudo-bem. penetram não somente pela minha mente, mas por todas minhas entranhas e memórias, e cutucam dores ardentemente cicatrizadas.
~ in the arms of the ocean,  so sweet and so cold and all this devotion, well, I never knew it all. and the crushes of heaven, for a sinner released but the arms of the ocean delivered me ~ 
queria estar, como a música diz, nos braços do oceano e deixar com que ele levasse, não só o sentimento, mas toda a lembrança, todas as palavras, todos os planos...que devagarzinho tomaram conta de mim. e pudesse, suavemente, dizer-te sem dores que nada sinto. no final, nada sinto. o que resta é a dúvida do se. melhor, a esperança do se que não cansa de me perturbar e dizer que poderia ter dado certo. mas, no final das contas.....'this is the way it's meant to be....this is the way it ends'. e termina vocÊ aí e eu aqui." 


marquinhos bueno
contos.
8 de março de 2012.
ao som de:  Florence and the Machine, never let me go e Landon Pigg, the way it ends. 


domingo, 5 de junho de 2011

~ pequenos conflitos?

"às vezes não sei o que penso e o que sinto. Logo, essa confusão interna me leva a escrever. Escrever sobre o que mesmo?- me questiono.
talvez sobre a vida, amores e ores?ou...talvez sobre os encontros e desencontros?seria mais profundo, se talvez, fosse pela dor que sinto?Mas, pêraí, não há dor. Há, felicidade. Sim, há muita felicidade.
mas, porque gostamos tanto de achar que é dor?

escrevo porque gosto de fantasiar. fantasio e fantasio e penso sobre os fatores externos, sejam falas agradáveis, ou  não, pequenas brigas,sempre internas. todo esse meio me influência a achar a dor ou que é dor. e a solidão?há solidão?há beleza na dor e na solidão. sim, há, com certeza. há a beleza de se reservar um pouco, só para si. há a beleza de se achar, talvez de se reencontrar?
no fundo, estamos sempre cientes de tudo. dor, sentimentos e ação. gostamos, na realidade, de achar a dor para cutucá-la um pouco.
acho que é por isso que escrevo. não só para fantasiar ou por auto-conhecimento. mas, para cutucar-me. para, então escrever análises e análises, e no final sentir-me bem. não que eu não me sinta bem. me sinto ótimo. mas gosto de achar, só às vezes, que tenho motivos para querer gritar e sair correndo pelas ruas, descontrolado, deixando que todo o vento, frio, sopre pelo meu corpo, pela minha cara e como um tapa, possa me bater e dizer: volte! e grite por felicidade!"

marquinhos bueno.
5  de junho de 2011.
resultado de reflexões ao som de adele(one and only), com cházinho quente, papel e caneta.
boa semana!

quinta-feira, 24 de março de 2011

~ ccchanges.

"não era apenas mudança de cidade, de rotina, de seja-lá-o-que-for. era uma mudança mais profunda, interna. às vezes até um pouco confusa. não sabia se era ou não era. se queria ou  não queria. as diversas interrogações não me dominavam pela insegurança da mudança de local ou de pessoas, mas sim pela mudança do meu eu. aquela coisa de se adaptar, sabe?
durante o percurso cheio de devaneios entre casa-ônibus-faculdade pela manhã-tarde-noite, tudo se resumiu entre o antes-depois. listei várias situações e pequenas experiências. das mais diversas: primeiro beijo, primeiro sexo, primeiro porre, primeira grande vitória, antes dele e depois dele, antes da dor e depois da dor. 

agora, estou no antes do depois de muitas coisas maravilhosas que vão vir. a diferença é criar situações para que este antes seja tão bom quanto o depois que me espera."
marquinhos bueno. 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

~ mu-mu-mudanças.

"normalmente eu costumo viajar entre todas minhas lembranças nostálgicas. um ano e sete meses depois deparo-me com mais uma mudança. mentalizo várias vezes que é para o melhor - tem que ser para o melhor, penso vagamente - mentalizo que é para o futuro e que vai valer a pena - intensamente mentalizo que vai valer a pena. deparei-me, então, com vários rabiscos de cadernos- não tão antigos - e com contos rasgados e levemente perdidos no tempo. tempo, este, que não cansa de me testar. testar minha força, coragem e vontade. pensei que poderia escrever mais e tentar, de alguma forma, tirar toda essa minha vontade de correr e não voltar. de ficar exatamente neste lugar com estas pessoas. pensei que poderia ser forte e segurar o sorriso - que costuma ser uma marcada registrada - e olhar feliz, de alguma forma feliz, para as pessoas e dizer: até logo. 
continuo segurando o choro, a dor e a vontade de correr. agora me questiono, segurar pra quê?"
marquinhos bueno.

e este é o primeiro post do ano. logo mais prometo mudança no layout, cores, fotinhos e preparem-se porque agora uma série de contos está por vir...afinal, durante 4 anos naquela cidade, tenho plena certeza que terei tempo suficiente para produzir vários textos.

ah, feliz 2011 ai gente!  :) 

- foto de 2010, editada por mim. título: "And one day...I am going to grow wings"'
- ao som de: The Fray, how to save a life (uma das músicas mais nostálgicas da vida)


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ciumento-doido-seilá-o-que

''Às vezes as pessoas não percebem a mudança. A transformação. Você diz que não está bem, que está em crise, que está enlouquecendo, que está sei-lá-o-que, mas não faz nada para transformar. Ok. Trabalho internamente com os sentimentos do passado- adormecidos - e decido ser gentil, carinhoso, legal. E não tenho retorno. Porque entre mensagens secas e sem nenhum tipo de emoção não significam retorno. Depois, no geral, sou classificado como o doido, o ciumento, o cheio-de-pensamentos. Porque é muito mais fácil deixar-rolar/deixar-acontecer/ficar-sussa/seila-que-merda-que-esses-homens-tem-na-cabeça. 
E no final termino o dia com uma xícara de qualquer coisa, uma boa música, orientações maravilhosas, orações intensas de coração e continuo- até o fim- batalhando pela minha revolução humana. 
Grato."

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

~ isto é amizade verdadeira.


"pensei em escrever contos profundos cheios de palavras significativas com sentidos densos. pensei em falar como era difícil passar o tal do dia-a-dia-na-paulicéia-desvairada sem a presença deles. pensei em começar um conto com um pedido de desculpas, sabe?pedindo desculpas pelas breves despedidas com sorrisos de "força!vai dar tudo certo!" que logo eram seguidos de lágrimas bobas- bobas de verdade?- pelo meu rosto aparentemente forte. pensei em comentar mais uma vez que a saudade é diária. que não há um dia sequer em que eu sinta falta de cada um. falta daquele que sempre conta a melhor piada no momento certo, das meninas cheias de comentários engraçadas, melhores risadas, do outro que sempre é alvo de alguns cortes em geral, da outra com cabelos bem enrolados que sempre foram alvo de grandes piadas, da japonesa que trabalha tanto e que foi parceira de tantas aventuras, da outra japonesa que se tornou a mommy e que tanto me ensinou, que tanto me confortou. sem contar das outras pessoas que marcaram cada passo, cada momento, formulando sentimentos que não há forma de expressar senão pelo olhar. pensei em dizer tudo isso ao vivo. depois pensei em mandar uma carta para cada um. depois desisti de tudo. logo abri uma página, comecei um conto triste onde dizia que queria largar tudo e ter todos de volta. apaguei. e depois conclui que deveria apenas deixar que o sentimento falasse sozinho. e que por mais que eu não cite nomes, comente algumas coisas aqui e ali,  no fundo todos sabem que fazem parte de mim. do que eu sou. eu penso diariamente que "é só o começo". assim conforto a dor da separação e da distância. pois sei que sempre estaremos juntos. sempre. em todas as existências possíveis. amo vocês. entenderam?"




marquinhos bueno. contos. 1/11/10.
ao som de: the moon- the swell season / little house- amanda seyfried. 
foto 1: eu e márcia.
foto 2: melhores-da-vida no dia 28/10. niver do Mikaelzinho! 

sábado, 23 de outubro de 2010

~ Dama da Noite

"Já havia escurecido. As nuvens cinzas daquele dia quase-frio haviam dado espaço as nuvens negras da noite. As ruas iam pouco-a-pouco, deixando o ritmo agitado da semana para trás. Dando espaço ao leve andar das pessoas que saem de suas casas-ou-trabalho-ou-qualquer-lugar, pessoas que vagam pela noite em bonitos bares, com música ou sem, festas de todas os tipos ou, simplesmente, como eu, buscam analisar o andar da noite em busca de uma tranquilidade momentânea.
Depois de  horas numa reunião, em uma sala com uma mesa bem grande, cheia de pessoas discutindo estatísticas e análises disso-e-daquilo, resolvi que iria acompanhar minha vontade de "tranquilidade momentânea". Despedi-me de todos, peguei a pasta do trabalho e a bolsa a tira colo e fiz o caminho diária de volta. Fui ao metrô, ultrapassei algumas pessoas, cheguei à estação próxima do meu apartamento e deparei-me com as densas nuvens negras da noite que desabavam pesadas e várias, várias, gotas de uma chuva fria e longa- daquelas que entram pela noite e só terminam no dia seguinte.
Resolvi que que não iria comprar um guarda-chuva-de-dez-reais que vendem, misteriosamente, pelas estações de metrô. Decidi me libertar e levemente me posicionei em direção à rua e fui. Caminhando pela rua pude sentir as gotas penetrarem pelo meu cabelo, rosto, corpo inteiro, molhando toda, toda aquela roupa de mulher séria. Levantei a cabeça e olhei o céu. Deixei que a chuva invadisse meu corpo inteiro, penetrasse pela minha alma e limpasse toda a dor, todo o cansaço, que me libertasse de todo o peso. Peso da perda, que é seguido do peso da dor, que vem com o choro e o sentimento de culpa e depois com vontade de abandonar tudo, depois com aquelas vagas ideias de como-pude-deixar-que-ele-tão-pequeno-me-deixasse-. Seria realmente possível que a chuva limpasse todo o corpo e alma?Será?Logo cheguei em casa e fui recepcionada pelas crianças e marido. Perguntaram porque eu estava molhada e não havia ligado para que eles fosse de carro me buscar no metrô. Respondi apenas que queria sentir, mais uma vez, como era o gosto da chuva. Todos riram e avisaram que haviam decidido que iríamos jantar fora.
Voltando à realidade, coloquei a roupa, limpa pela chuva, na máquina de lavar, tomei um banho de alguns pequenos minutos, coloquei um vestido bonito, era roxo, alinhei meus olhos de nissei com uma maquiagem leve, cabelo soltou o preso?- questionei- Solto era melhor. Arrumei o filho e a filha que me contavam sobre o dia e suas brincadeiras de crianças. O marido me abraçou por trás sorrindo e dizendo baixo no idioma de nossas longas gerações- que as crianças ainda não entendiam bem- "eu te amo". Respondi, sinceramente, com reciprocidade. Mas a verdade é que queria voltar a ilusão de andar pela chuva, como a Dama da Noite, que vaga analisando os seres que vagam pela noite cheia-de-bares-e-lugares, protegendo-os. Porém não era possível. Não mais. Duvido, mas...quem sabe algum dia?"

marquinhos bueno.
contos.
escrito em 18/10/10

ao som de: andrew belle, open your eyes. 

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

~ 100

"O relógio transparente estava ao lado da tv e dizia que eram dez horas e alguns minutos daquela noite fria, chuvosa e cheia de ventos fortes na Paulicéia. Como de costume, ele chegou no horário que tínhamos marcado e trouxe algumas sacolas. Enquanto soltávamos várias risadas sinceras cheias de humor mesclado com amor, tomamos 2 garrafas de vinho e comemos bem. Ele contava do seu dia engraçado, das gafes que havia cometido por não falar português direito e eu ria como uma criança. Sempre de mãos dadas, rindo, olho-no-olho e taças bonitas cheias de bom vinho. Trocamos alguns beijos. Meus olhos não conseguiam focar em outra coisa senão seu belo rosto. Abrimos mais uma garrafa de vinho e deitamos no sofá. Ele esticou seu braço para eu deitar em seu ombro. Falávamos sobre as várias formas de expressar o amor. Fazíamos planos para o futuro. Eu disse: "Vamos ter três filhos. Os três vão falar japonês e português e tocar instrumentos musicais". Ele abriu um largo sorriso e continou: "Vão praticar esportes e participar de todas as atividades da Gakkai." E soltávamos várias risadas. Entre alguns beijos meu coração dizia que todos esses sonhos iam ser possíveis e que nós íamos realizar tudo isso, juntos, com nossa fé, com nosso amor verdadeiro. Nós falamos ao mesmo tempo um "Eu te amo" envergonhado e nos beijamos. E eu podia ver o futuro bem ali na nossa frente com todos esses planos se realizando. Ele pediu que eu fechasse a janela pois ventava muito e estava frio. Por mais que eu gostasse desse frio atendi seu pedido sem questionar. Levantei segurando minha taça, olhei para o céu escuro e  frio da Paulicéia, caíam várias gotas dessa escuridão. Permaneci assim por alguns minutos desejando com todo meu coração que toda essa felicidade não acabasse. Ele tomou ultimo gole de sua taça, encheu-a outra vez, levantou-se, me abraçou por trás e encheu minha taça novamente e disse baixinho "kore wa yume janai yo!(isto não é um sonho)tada, kimi wo aishiteru yo(eu simplesmente te amo)". Algumas bobas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Apertei firmemente seu braço e pude sentir todo esse amor e sentimento. Deitamos de novo no sofá. Ele havia largado sua taça em algum lugar e eu segurava a minha na ponta do sofá. Assim ficamos alguns minutos, minutos tão maravilhosos e adormecemos. Minha mão não segurava mais a taça firmemente e com o passar do vento- seria vento do prazer?- deixei que ela caísse ao chão, estraçalhando-se em pequenos pedaços, deixando o líquido roxo que havia dentro dela entrar por todos os espaços do taco que cobrem o piso deste apartamento. Com o forte barulho do estraçalhar da taça, dei um pulo do sofá e despertei desesperado daquele leve e intenso sonho. Sentei na ponta do sofá e fiquei alguns minutos admirando os pedaços da taça que estavam pelo chão. Brilhavam como pedras preciosas. Abri a janela e deixei que todo aquele vento forte entrasse pela minha sala- seriam todos os oito ventos que tentam nos direcionar diariamente ou seria apenas o vento da solidão?- Observei a sala, vazia, com todo aquele vento forte e deparei-me com a realidade: com o cair da taça, acordei de mais um sonho. Recolhi os pedaços da taça do chão, limpei o resto do vinho que havia caído. Cobri-me com um casaco e sentei-me, novamente, na ponta do sofá e fiquei admirando a vista com um belo sorriso, sentindo o frio, analisando a chuva que caia livremente molhando todos os cantos desta cidade gigante que nos suga e nos prende. E ao passar, levemente, os dedos pelos meus olhos molhados de pequenas lágrimas bobas, sentenciei mais uma vez que tudo iria dar certo. E sem dúvidas irá, assim como sem dúvidas a chuva que se inicia fortemente logo se enfraquece e abre espaço no céu para que o lindo sol possa iluminar nosso dias. Desta forma também seria com meu sentimento. Logo a escuridão que gosto de sentir irá sumir e dará espaço para a luz cálida do amor. E poderei assim, então, dizer: yatto(finalmente!)." 
marquinhos bueno.
13/10/10
contos. 
Quem diria, este é meu primeiro blog que chega ao centésimo post. A princípio quis fazer um blog que contasse sobre minhas aventuras em SP, mas ele acabou se tornando um pequeno espaço de publicação de vários contos desta minha "pseudo-literatura". E fico tão feliz que este tenha durado tanto tempo e fico mais feliz com os comentários de todos. Obrigado!!!
- Ao som de: radiohead(true love waits), paramore(the only exception) e andrew belle(in my veins) - 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

~ se foi

"a princípio eram apenas algumas pequenas conversas vazias que logo se tornaram conversas com conteúdo e sentimento. aquele sentimento do talvez. do eterno talvez que se instala sempre nos meus-quase-relacionamentos. logo veio o encontro, entre alguns cafés, liberdade na hora do almoço e o sorvete favorito na paulista com aquele fim de tarde da paulicéia ainda ensolarada. vieram todas as queridas mensagens diárias com telefonemas noturnos desejam sempre aquele boa noite saudoso com esperança de algo para futuro, porém sempre com minha eterna dúvida do talvez, do "será?". vieram, então, aqueles dias que estarão sempre guardados com carinho e saudosa lembrança. dias que iluminaram a escuridão do dia 8 de junho, dias que trouxeram o calor que entrou em combate com o frio diário da paulicéia. dias que compartilhamos intimidade profunda. dia que tirei o será de mim e acreditei em algo. dia que brotou um sentimento intensificado. mas que logo se foi. logo se foi tudo. tudo se foi. tudo aquilo que eu julgava ser a solução se tornou a dúvida. se tornou angustia, se tornou insegurança. até chegar no ponto da partida. no ponto que achei que deveria deixar esse sentimento ir embora. ficar apenas, apenas, a lembrança boa e o desejo de que ele possa, algum dia, se soltar de todas as dúvidas e inseguranças que o impedem de ser mais e mais feliz. desta forma deixei ele ir. e se foi. e agradeço por ter ido."

marquinos bueno.
contos. 
ao som de: Landon Pigg- the way it ends. 

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

~ paixãozinha.

"Hoje me apaixonei a primeira vista. Sentei no meu lugar preferido, comi devagarzinho, escrevendo pequenos contos e fantasiando com algumas coisas- pequenas inseguranças, talvez.
Levantei os olhos e vi numa mesa, não muito longe, um homem. Um homem, japonês, mestiço talvez, com lisos cabelos pretos, levemente compridos, antes do ombro, que brilhavam com a luz do sol, óculos, simples óculos dando aquela carinha de “nerd”. Roupa de executivo de sucesso sabe? Tinha aqueles médios, nem tão médios, entre o médio e o pequeno talvez, olhos escuros que se alinhavam não só na formação daquele belo rosto, mas se alinhavam a essa cultura oriental, cultura esta que me persegue- ou que faço me perseguir?
Ele lia algo. Comia rapidamente algum sanduíche daquele cardápio famoso, talvez número 1 ou 4.
Tinha um relógio simples. Não parecia ligar muito para o tempo. Tinha mãos com traços fortes, dedos finos, quase delicados. Aquela suavidade japonesa. Tinha um celular desses de executivos. Mas parecia ser simples, ele como pessoa.
Apaixonei-me não só pelos olhos puxados ou pelo traje de executivo de sucesso ou pelo charme, mas pelo mistério que ele tinha por trás daqueles olhos que ficaram fixos, praticamente o tempo inteiro, em algum papel. Talvez o próprio papel do estabelecimento ou não. Apaixonei-me pela dúvida. Dúvida que me encanta. Que me persegue que me domina.
Sem apressar-se muito, ele levantou, esperou gentilmente uma moça jogar o lixo, mexeu charmosamente o cabelo e se foi.
Foi junto com minha dúvida e minha paixão de alguns, deliciosos, minutos."

marquinhos bueno.
contos. 
mais um conto feito depois de um almoço no mc da paulista. 
editado ao som de: damien rice, delicate. 
foto no mc da paulista, mas não de hoje.